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RELATOS DE PARTOS

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Cláudia, Marcos

&

Mariana

No primeiro contato com a Crís falando sobre os recursos apoio na doulagem, não tivemos dúvidas que queríamos que ela nos acompanhasse em nosso processo.

A cada encontro eu ficava mais confiante e certa que faria o parto da minha filha da forma mais natural possível.

Além de conversar sobre a gestação, o processo do parto, o pós-parto, nos aprofundamos na força feminina e no papel do parceiro e as famílias - assunto pouco discutido entre as gestantes.

No dia que a Mariana nasceu, recebi dela palavras de incentivo e motivação, massagens e muito, muito afeto ao longo do trabalho de parto.

Foi muito importante contar com a Cris durante todo este processo. Sua presença ao longo da gestação foi o grande diferencial para mim!

Toda a preparação espiritual e energética feita por ela antes e depois fizeram toda a diferença.

Mayara, Baptista

&

Yohann

Eu sempre ouvia dizer que cada parto é único. Mas de uma coisa eu tinha convicção: a grande probabilidade do tempo do trabalho de parto ser mais curto.

Era uma segunda-feira à noite. Nossas duas filhas já estavam dormindo quando comecei a sentir contrações. Inicialmente pareciam contrações de treinamento. Como não paravam, decidi observar o intervalo entre elas, assim como a duração. O ritmo não pegava. Quando atingia um certo ritmo, vinha em seguida um intervalo maior que descaracterizava o trabalho de parto como ativo.

E, conforme as horas iam passando, apesar de procurar respirar profundamente e relaxar, o desconforto ia se intensificando.

Meu marido estava vestido, pronto para viajar para São Paulo, onde tinha reunião. Por isso, Haide, a mãe de uma amiga, Doula e instrutora de ioga, se ofereceu para ficar comigo. Em pouco tempo, o desconforto foi ficando ainda mais intenso e eu já não podia conversar durante as contrações. Pedi, com lágrimas nos olhos, que meu marido ficasse. Eu não tinha como garantir o tempo de trabalho de parto, mas sabia que nosso bebê estava vindo e sua presença era fundamental.

A presença de Haide trouxe muito conforto, mesmo assim, senti a necessidade de também chamar a minha Doula, Helena, que logo chegou. Meu marido ficou (🙏🏽). Mirei, nossa filha mais velha (6 anos e 10 meses) acordou. “Yohann vai nascer!” - falei para ela. Então, apesar de ser plena madrugada, ela também se pôs ao meu lado, na sala, de onde não quis mais sair. Todas as vezes que eu indicava sentir sede, vinha correndo trazendo um copo de água.

Li o livro “HypnoBirthing” ao longo da gestação, na esperança de sentir menos dor, de relaxar mais e de ter um trabalho de parto mais rápido. Senti extremo desconforto nos dois partos anteriores e gostaria de atenuar esse desconforto nesse terceiro parto.

Karina, uma das enfermeiras obstétricas, entretanto, já havia me lembrado: “você terá o parto que precisa ter”.

Até aquele momento, consegui me manter emocionalmente equilibrada, buscando o relaxamento profundo e a respiração que tanto treinei. Haide e Helena estavam ao meu lado a cada contração, oferecendo massagens, apoio emocional e muito amor. Passado pouco tempo, decidi chamar a fotógrafa. E, desde o início, estava em contato com as enfermeiras obstétricas, Jéssica e Karina. Como eu estava na fase latente do trabalho de parto e estava bem amparada, disse a elas que ainda não precisavam vir até a mim.

O sol clareou o dia, o trabalho de parto não engrenava, nem parava. Buscava descansar quando possível, também me alimentar e me hidratar. Moana, nossa filha mais nova (1 ano e 10 meses), acordou e logo quis mamar. A cada vez que ela mamava, as contrações pareciam mais efetivas. Ela fez coco. Troquei sua fralda. Mirei queria comer. Preparei seu café da manhã. Tudo isso em meio às contrações.

Decidimos que ela não iria à escola aquele dia - afinal optamos pelo Parto Domiciliar justamente para que ela também pudesse presenciar o nascimento do irmão. Ao final da manhã, as enfermeiras me examinaram (sem toque). Tudo OK. Sugeriram movimento. Saímos para uma caminhada ao redor do quarteirão - agora já com Aline (fotógrafa) também. Foram duas contrações no percurso. Descemos e subimos as escadas ao invés de usarmos o elevador. Mas eu não quis seguir com mais voltas pois toda a hora precisava ir ao banheiro. Sentia minha bexiga comprimida.

Em meu Plano de Parto, eu havia colocado sobre meu desejo de evitar exame de toque - fato que foi totalmente respeitado pela equipe. Não houve nenhum toque, nem ao longo da gestação, nem durante nenhuma fase do trabalho de parto.

Quando o trabalho de parto se tornou ativo, mas minha doce Doula me ajudou a me lembrar que a constatação da dilatação não traria nenhuma resposta definitiva e, a depender da informação, poderia me desmotivar.

No meio tempo, houve um momento em que uma das contrações causou uma imensa fisgada no lado direito das costas. Entrei em desespero, mas fui, mais uma vez, imediatamente amparada. Cheguei a pedir um balde para vomitar, cheguei a arrotar algumas vezes e chorar em desespero. Passado esse episódio, voltei a sentir mais serenidade.

Eu estava exausta, desconfortável, com a sensação de que aquilo não terminaria nunca e que Yohann jamais nasceria. Tentei descansar. As crianças se divertiam com todas as pessoas envolvidas e isso era um peso a menos. Meu marido seguia cuidando para que tivéssemos quantidade e variedade de alimentos. E também começava a encher a piscina.

Tomei um banho longo e, apesar de sentir algum alívio, um tempo depois quis sair, pois me sentia fraca. Não sei se a pressão abaixou, mas talvez fosse a falta de sono e o número de horas em trabalho de parto que estavam me deixando sem energia. Logo faria 24h desde as primeiras contrações.

Decidi tentar descansar. Após algum tempo, a chegada da minha amiga de infância, Júlia, que ficaria comigo os próximos 20 dias para me apoiar, renovou meu ânimo.

Nesse momento, estavam todos em casa: as duas enfermeiras, a Doula, Haide, a fotógrafa, meu marido, minhas duas filhas e a Júlia. O som estava ligado e o clima parecia de festa. O sol já havia se posto e isso me trazia alívio. Eu sentia que precisava da luz indireta da Lua para conseguir parir.

O amor imensurável de cada uma das mulheres e do meu marido era derramado o tempo todo - o que me dava forças para seguir, apesar do cansaço e da dificuldade de lidar com aquela longa fase latente do trabalho de parto.

De repente, as contrações foram ficando mais fortes e mais próximas. Respirar fundo e relaxar já não era suficiente. Iniciei a vocalização. Entrava, finalmente, na fase ativa do trabalho de parto.

As dores estavam insuportáveis. Helena me ajudava com a técnica da respiração guiada e massagem. Mirei seguia me trazendo água. Jéssica se empenhava em garantir que a música me ajudasse na entrega de todo o processo. O coraçãozinho de Yohann estava sempre bem. Fui ao banheiro e finalmente o tampão mucoso estava saindo. Os olhos de Helena se encheram de lágrimas e meu coração se sentiu quentinho pela cumplicidade dela e meu ânimo foi, mais uma vez, renovado.

Entrei na piscina. No parto de Moana (segunda filha), a piscina não estava tão cheia nem muito bem aquecida. Por isso, também pus em meu Plano de Parto sobre o desejo de tê- la quentinha e cheia à tempo de usá-la como um método de alívio ao desconforto - mais um pedido totalmente atendido. Então, ao entrar nela, fiquei debruçada de frente para a borda na posição de cócoras. A deliciosa água morna me dava mais um respiro para seguir. Esses pequenos detalhes faziam a grande diferença.

Adentrava o famoso portal que chamamos de “Partolândia”.

Nessa etapa, a cada contração, eu passei a não mais conseguir relaxar. Eu entrava em desespero e apenas desejava não sentir mais aquilo. “Estou em um caminho sem volta. Socorro.” - pensava. Naquele momento, se eu pudesse, encerrava ali o trabalho de parto, me submeteria à cesárea para logo acabar com aquilo.

“Eu preciso descansar.”

“Eu não quero mais sentir as contrações.”

Elas não paravam e não atenuavam mais.

Mas fui eu mesma quem me coloquei naquela “emboscada”. Vontade de negar, de fugir. Senti raiva, desespero e medo, muito medo.

Medo de não dar conta, medo do não saber. Medo da minha vida nova. Medo de renascer. De não mais me reconhecer. Medo de perder o controle. Mas era esse justamente o ponto. E era por isso que eu estava ali. Para vencer exatamente aquele obstáculo.

Foi quando Karina disse: Mayara, se solta. Grita.

Entrei em um conflito interno:

Eu não quero gritar!!!

Mas se não gritar, não vai nascer!

Lá vou eu de novo, pensei. De volta àquela mesma caverna onde pari Moana.

Mergulhei, então, dentro de mim, com medo e tudo. Afinal, coragem não é a ausência de medo. Coragem é agir, ainda que sinta medo.

E me vi de novo: frágil e forte. Criança e

adulta. A Mayara selvagem que, nessa hora, mostrou o tamanho de sua potência em força física, espiritual e em decibéis.

Urrei alto e ferozmente.

O som proferido era “U-A” - com a primeira vogal bem fechada, representando a forma

que me sentia no início do processo - e a segunda, bem, mas bem aberta - o que me ajudava a abrir, não apenas o canal de passagem para o bebê, mas o coração - para todas aquelas emoções que engoli antes e durante a gestação.

Mirei se assustou, mas foi muito bem amparada e recebeu explicações carinhosas, cuidadosas e respeitosas de Jéssica e Karina.

Percebi que dentro da piscina não encontrava posição e não conseguiria força para fazer meu filho nascer.

Apoiada pela Karina, fui para a banqueta, ao lado da piscina.

Apesar de fora da água, me sentia ainda mergulhada. O clima de renascimento nos envolvia totalmente. Sentia tudo intenso: cada passo, cada som pareciam gigantes. Cada ação me marcava fundo como uma tatuagem eterna em minha alma. A hora chegava.

Com muitos sons, sacudindo a cabeça e os cabelos molhados, me senti uma mulher selvagem, dentro da minha própria caverna, parindo mais uma vez, utilizando aquela força oculta que sempre existiu dentro de mim.

Falei mentalmente para mim mesma: “não me importo se vai rasgar, agora ele vai nascer” e fiz algumas imensas forças e fui sentindo tudo arder, mas, ao mesmo tempo, sentindo a suavidade daquele corpinho quente e macio sair de dentro de mim, de forma eficaz.

Assim, em poucos minutos, Yohann nasceu, amparado pelas mãos da doce enfermeira Jéssica que, com muito amor logo me entregou. Yohann chorou um pouquinho - o suficiente para nos sentirmos tranquilos por sua ótima vitalidade. Não houve laceração.

Mirei e meu marido assistiram ao nascimento! E assim realizei mais um sonho! (Eles não assistiram ao momento do nascimento de Moana). Moana também estava ali, mas dormindo nos braços do pai.

Toda a dor, medo e escuridão imediatamente se tornou luz e alegria! Eu me senti muito forte - vitoriosa e amada. Também senti um amor imenso pelos nosso 3 filhos, muito realizada por ser, mais uma vez, mãe e profundamente grata pelo apoio recebido.

Karina me ajudou a tomar banho. Helena trouxe uma sopa quentinha na cama. Aline tirou mais algumas lindas fotografias. Haide já havia saído mas deixou toda sua dedicação enquanto esteve comigo. Mirei e Moana dormiram. Meu marido e eu ficamos ali, extasiados pelos presentes que Deus nos deu. Júlia trouxe a paz pelo certeza de seu apoio em meu pós parto imediato. Todos deixaram a casa em ordem - limpa e organizada.

Descansamos aquela noite e, no dia seguinte, acordamos para uma nova etapa de vida, com ainda mais sabor e significado.

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Isabela, João

&

Francisco

Francisco estava previsto para 12 de janeiro e eu passei a gestação me preparando para esperar o quanto fosse por ele, inclusive chegar às 42 semanas. Mas não me preparei pra que ele visse antes de 37 semanas.

Na madrugada de sábado para domingo, dia 15 de dezembro, acordei como de praxe, fui ao banheiro mas depois notei que mesmo depois do xixi eu estava molhando a poltrona da sala. Isso era 3h30 da manhã. Fiquei perplexa tentando entender/aceitar que aquilo era a minha bolsa rompendo, com 36 semanas. Tentei dormir, coloquei um absorvente, e li muito na internet sobre a bolsa romper. Às 6 da manhã contei pro eu parceiro que achava q bolsa havia rompido.

Ele me sugeriu entrar em contato com a equipe de EO com quem estávamos conversando - pq eu estava tão tranquila quanto ao prazo que não tinha fechado ainda que trabalharíamos juntas. Mandei mensagem pra Karina e prontamente começou a me assessorar à distância. Confirmou o rompimento da bolsa e disse que logo estaria em casa pra me acompanhar de perto.

Eu estava com bolsa rota: não estava com contrações ritmadas, na verdade mal sentia contração alguma.

Karina chegou e explicou o procedimento: tínhamos tempo para esperar as contrações começaram antes de ir pro hospital. Caso elas não viessem, entre 14h e 15h iríamos pro hospital para o processo de indução do parto.

Passei a manhã então fazendo tudo que não tinha feito: arrumar a mala do bebê, escrever plano de parto. Karina me ajudou com as compressas de camomila para o pós parto. Tentei descansar um pouco. Seguimos acompanhando os batimentos do Francisco, que estava bem e eu sem sinal de contração.

Conforme combinado, seguimos para o Neocenter às 15h. Dei entrada, fui examinada pela plantonista. Ingeri corticóide para amadurecer o pulmãozinho do Francisco e então começaríamos a indução.

às 18h tomei o primeiro comprimido. Fiquei hospedada num quarto PP - já que meu plano não cobria a PPP. A enfermeira ficou comigo até o início da internação e voltaria quanto o trabalho de parto começasse de vez.

Meu companheiro e minha mãe ficaram comigo. Decoramos o quarto com luzes de natal e fotos, levei uma caixinha de som, levamos lanche e o clima era bastante tranquilo.

Tomei o segundo comprido às 22h e ao tomar o terceiro às 2h o enfermeiro de plantão, o querido Waltinho, disse que pela maturação do meu colo, era provável q eu nem tomasse o quarto comprimido e parisse lá pelo meio dia.

E foi assim: às 4h30 entrei em trabalho de parto. Nas primeiras horas de TP eu estava bem tranquila, usei muito a bola de pilates, ouvimos muita música, dancei. Meu marido me dava suporte quando as contrações iam ficam mais fortes. Era coisa de 7h eu tinha descoberto como os movimentos de Tai Chi Chuan poderiam me ajudar a aliviar e receber as dores das contrações e lá estava fazendo movimentos lentos e meditativos.

Mas era coisa de 8h me bateu um sei lá o que e comecei num choro sereno e que aos poucos foi crescendo e me desestabilizando. Tinha muito cansaço, afinal desde a bolsa rompida era mais de 24h no processo.

Fui começando a ficar mais introspectiva. Pedi pra minha mãe silenciar um tanto da sua agitação. Por fim não me fazia bem o nervosismo dela me vendo naquela alteração de ânimos.

Entrei sozinha pro banheiro e fiquei debaixo da água chorando muito. Nesse meio tempo a minha enfermeira chegou. Definitivamente não sei o que teria sido de mim sem o auxílio da Jéssica. Ela conversou muito comigo e me ajudou a entender aquela dor que eu estava sentindo e como lidar com ela. Não foi fácil. Conversamos sobre muitos medos e tensões. Eu nunca tinha me visto tão frágil e tão sem saber. - como a Laura Gutman bem diz, a maternidade é mesmo o encontro com a sombra. e isso começa já antes do bebê nascer...

Vi muitas sombras durante o trabalho de parto.

Conforme me acalmei fui lidando melhor com as contrações e por vários momentos eu cheguei a ter uma relação orgástica com as elas. Em alguns momentos estava realmente em transe, falando comigo mesma em terceira pessoa, me acalmando e conduzindo a dor.

Mas me acalmei tanto que as contrações perderam ritmo. No exames periódico - feito de hora em hora - o médico de plantão disse que não estava legal o ritmo das contrações e que ele gostaria de iniciar a ingestão de ocitocina. Eu perguntei a ele se poderíamos esperar meia hora para ver se eu conseguia retomar o ritmo sozinha e com estímulos naturais. Ele foi super respeitoso e disse que sim.

Em todo tempo ele foi muito carinhoso não só comigo, mas também com a Jessica, dizendo para que ela se sentisse à vontade para opinar no processo.

Aliás, esse já era o quarto médico. Todos, exceto a plantonista que de fato estava comigo quando eu pari, leram meu plano de parto e foram muito claros e respeitosos ao explicarem que algumas demandas minhas não eram passíveis de serem atendidas pelo estado de prematuridade do bebê.

Passada a meia hora, chamamos a equipe do hospital para iniciar a introdução da ocitocina.

Fiquei muito tempo com a dilatação entre 3 e 4cm. Importante também dizer que foram feitos poucos exames de toque. Todos eles solicitados, explicados e autorizados por mim. A ocitocina se não me engano começou coisa de 10h30.

Dali até meio dia eu senti de tudo. Muita dor, muita fúria, de em muitos momentos eu perder a noção de onde estava e do que estava acontecendo. Me sugeriram analgesia e eu disse “me enrole o máximo que der. não quero querer”.

Meio dia, enfim, e a equipe veio verificar minha dilatação e os batimentos do Francisco. Eu estava super agitada. Mas enfim com 6cm de dilatação.

A enfermeira precisava que eu deitasse pra poder fazer o exame dos batimentos do Francisco com todos aqueles fios em mim, mas deitada era o pior jeito possível de lidar com as contrações.

Pedi pra esperar, mas não deu e lá estava eu deitada, com os fios na barriga, sonda no braço, enfermeiras tentando me manter calma pra que o exame fosse feito.

Foi quando eu senti com muita força uma vontade inexplicável de ir ao banheiro. Senti muita pressão no ânus, sentia líquido saindo… e uma vontade maior que eu de sair dali. Eu disse que precisava, pedi, mas a enfermeira insistia em terminar o exame do Francisco, que era preciso garantir o bem estar dele. Mas ali eu já era bicho e levantei com tudo, eu mesma arrancando fios, e fazendo todo mundo ficar doido indo atrás de mim.

Quase tropecei nos fios da sonda, quase me machuquei, mas segui furiosa pro banheiro e então ouvi “É o Francisco chegando”. - isso mesmo. em meia hora minha dilatação de 6cm foi para 10cm e aquela loucura toda era o expulsivo o meu menino coroando.

Eu fiquei apavorada porque não me sentia pronta pra dor da expulsão e novamente a Jéssica foi fundamental porque me chamou de volta, me aterrou e me fez enfrentar.

No banheiro, chuveiro ligado, em segundos as banquetas já estavam dispostas. Eu comecei a fazer a força pra saída do Francisco. Senti a cabecinha dele. Que dor imensa. Mas senti no puxo. Senti ele descendo. Senti também o momento exato em que aconteceu a minha laceração. Em menos de 5 minutos ele saía de mim, nascido exatamente às 12h27.

Ele veio logo pro meu colo, mas como havia sido instruída, devido a prematuridade havia grandes chances de eu não viver nossa hora de ouro. E assim foi. Perguntaram se meu companheiro queria cortar o cordão - ele não quis, a gente não tinha muita cabeça pra muita coisa. - Francisco precisava ser levado imediatamente. Ele seguiu pro carrinho de atendimentos intensivos no quarto mesmo e eu pra cama. Enquanto ele era preparado pra ir pra UTI, eu recebia os pontos da laceração.

Meu companheiro acompanhou todo o processo da ida dele, que havia nascido com o pulmãozinho frágil. Ele ficou no respirador apenas por algumas horas, mas seguiu na UTI por 5 dias.

Daí começa a minha luta por aleitamento, o que daria outro relato. Mas é importante estar sempre informada sobre chupeta e bico porque na UTI é perguntado pra vc sobre o uso dele pra ministrar tanto a formula quanto o LM.

Estamos todos bem, na aventura única e intensa do puerpério. Francisco tem 29 dias.

Agradeço à Talitha Mesquita, meu anjo da guarda, quem me auxiliou pro empoderamento pro meu parto. Ao grupo Parir, por todo acolhimento e informação. Aos cursos feitos "Travessia" "Humanizar" e "Casal grávido - Sofia Feldman".

Que todas possamos ter uma boa hora e uma linda lua de leite!

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